Em 1993, o beach soccer dava seus primeiros passos, com alguns jogos de exibição. Em 1994, a TV Globo e uma agência de marketing firmaram parceria para a realização do I Mundialito de Beach Soccer, competição que aconteceu no mês de abril, na famosa praia de Copacabana. Jogando em casa, empurrado pelos milhares de torcedores que lotaram as arquibancadas, o Brasil sagrou-se campeão, superando a Itália na decisão (Estados Unidos e Argentina também participaram). Além do público excepcional que compareceu ao evento, o gol de bicicleta marcado por Cláudio Adão foi destaque no noticiário da TV nacional. Era o beach soccer conquistando o povo brasileiro.
Criada como opção de lazer e entretenimento, o beach soccer alcançou todos os objetivos devido às suas características, o que garante popularidade e audiência de TV. Tais como:
Estilo de vida: o ambiente de jogo são as praias que sugerem um estilo de vida descontraído e saudável com sol, mar e belas paisagens;
Regras do jogo, dimensões do campo e a superfície irregular proporcionam constantes ações de gol, jogadas plásticas como bicicletas e voleios, além de uma altíssima média de gols;
Tempo de jogo, que se divide em três períodos de 12 minutos, com intervalos de três minutos cada. Este formato facilita a programação de TV que pode desenvolver um show de uma hora de duração com abertura, intervalos comerciais e encerramento, mantendo o interesse do público;
Em 1998, a fim de se adequar à legislação brasileira vigente (Lei Pelé), três federações estaduais fundaram a Confederação Brasileira de Beach Soccer (CBBS). À época contando com 22 federações estaduais filiadas, a entidade tinha a responsabilidade de gerir a modalidade, organizando competições em parceria com as federações, sendo elas interestaduais, nacionais ou internacionais.
Os primeiros jogos, ainda como exibição, foram disputados em 1993. Em 1994, com um plano de desenvolvimento e expansão, a modalidade passou a ser praticada nos quatro cantos do planeta. Na Europa, em 1996, foi criada a Liga Européia, e atualmente quase 120 países participam de competições pelo mundo, alguns deles, inclusive, na versão feminina.
No início de 2005, o beach soccer recebeu a chancela da FIFA, que realizou em maio daquele ano, na praia de Copacaba, no Rio de Janeiro, a primeira edição da Copa do Mundo FIFA. A França ficou com o título, vencendo Portugal na final, e o Brasil completou o pódio, na terceira posição. A ‘Cidade Maravilhosa’ voltou a sediar a competição em 2006 e 2007, e a Seleção Brasileira, empurrada pela torcida, conquistou o bicampeonato mundial invicto.
Em 2008, a Europa recebeu a Copa do Mundo. E na francesa Marselha, o Brasil subiu ao topo do pódio mais uma vez. Em 2009, o filme se repetiu em Dubai (Emirados Árabes), com o tetracampeonato mundial invicto dos ‘reis da praia’. Depois da passagem pelo ‘mundo árabe’, a Copa do Mundo passou a ser disputada a cada dois anos, ou seja, apenas nos anos ímpares. Ravenna, na Itália, foi escolhida como sede da edição 2011, e a Rússia sagrou-se campeã mundial pela primeira vez, vencendo o Brasil na final por 12 a 8.
Itinerante, a Copa do Mundo chegou a Papeete (Taiti) em 2013 para consagração do beach soccer russo, que conquistou o segundo título mundial ao bater a Espanha na decisão por 5 a 1. A Seleção Brasileira ficou com a terceira posição. Em 2015, foi a vez de Espinho (Portugal) sediar uma edição FIFA e os anfitriões aproveitaram bem a oportunidade, conquistando o título inédito ao derrotarem os taitianos por 5 a 3. O Brasil terminou na quinta colocação. No mesmo ano, foi fundada a Confederação de Beach Soccer do Brasil (CBSB), reconhecida por CBF, Conmebol e FIFA como entidade máxima da modalidade no país.
Entre as grandes potências da atualidade, além do tetracampeão invicto Brasil (2009/2008/2007/2006), estão a bicampeã mundial Rússia (2013 e 2011), os campeões Portugal (2015) e França (2005), e os vice-campeões Itália (2008), Suíça (2009), Espanha (2013) e Taiti (2015).
Em 2017, Bahamas recebeu a nata do beach soccer. Nassau, capital do paradisíaco país, sediou a 9ª edição da Copa do Mundo FIFA e o Brasil chegou ao Caribe ostentando uma invencibilidade de 29 partidas, embalado por sete títulos sob o comando de Gilberto Costa, e com um objetivo muito bem definido: colocar a quinta estrela no peito. Impecável, a Seleção Brasileira venceu Taiti (duas vezes, uma na fase de grupos e outra na grande final), Polônia, Itália, Portugal e Japão para conquistar o pentacampeonato invicto, retomando a hegemonia mundial. Depois do Mundial, o Brasil ainda conquistou alguns títulos, entre eles o tricampeonato da Copa Intercontinental Dubai, em novembro, alcançando 57 jogos de invencibilidade.
O ano de 2019 foi marcante para a história do beach soccer brasileiro, pois tivemos a criação da nossa 1ª seleção brasileira feminina. E logo de cara já teve um grande desafio pela frente, os Jogos Mundiais de Praia. No início de novembro, nossas equipes feminina e masculina viajaram para o Catar em busca do pódio. Nossos craques mantiveram o histórico vencedor e levaram a medalha de ouro, com uma goleada histórica por 9 a 3 sobre a grande rival Rússia. Já as nossas estreantes fizeram bonito e conquistaram uma incrível medalha de bronze. Algumas semanas depois, foi a vez das nossas meninas entrarem em campo para o Torneio Sul-Americano, no Paraguai, onde ficamos com a medalha de prata. Na sequência do ano, também no Paraguai, foi realizada a Copa do Mundo, onde o Brasil entrou como um dos favoritos, com um elenco quase igual ao do campeão dois anos antes. No entanto, nas quartas de final levamos o troco e caímos para a Rússia, em uma virada difícil de engolir até hoje. Portugal foi o campeão, e viu sua maior estrela Madjer se despedir oficialmente das areias. Antes do fim do ano, foi a vez de nossa equipe masculina sub-20 entrar em campo para o Sul-Americano e terminar como vice-campeã.
Após um ano de 2020 atípico onde o mundo todo parou por conta da pandemia da Covid-19, a seleção voltou a participar de uma competição oficial somente nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo da Rússia em 2021. Sob o comando de Gilberto Costa, nosso esquadrão passou por uma renovação, uma vez os principais atletas estavam na Europa disputando os principais torneios do Velho Continente. Mesmo assim, o Brasil sagrou-se campeão e foi para a cidade de Moscou em busca do hexacampeonato. Mas a festa foi toda Rússia, que fez uma grande competição embalada pela sua torcida e terminou no primeiro lugar do pódio. O Brasil caiu nas quartas de final para Senegal, que conseguiu um empate em 3 a 3 no tempo normal, e marcou duas vezes contra apenas uma da seleção canarinho no tempo extra. Festa para a equipe africana que fez história ao terminar em 4º lugar, melhor colocação de uma seleção do seu continente em Copas do Mundo de beach soccer. A competição marcou a despedida da impressionante trajetória de Gilberto Costa à frente da seleção brasileira, onde alcançou a impressionante marca de 106 vitórias em 110 partidas, com 22 títulos conquistados.